Hoje, enquanto comia, olhava o meu aquário e era ver os peixes a nadar para aqui, a nadar para ali, uns apressados, outros mais calmos e sonolentos mas todos com uma característica comum: a paz. Efectivamente o que por vezes mais falta sentimos na vida é de paz. Não falo exclusivamente do conceito universal de paz, normalmente associado ao belicismo mas falo da paz interior, da paz que nos confere o bem-estar suficiente para poder reparar que as flores não são todas iguais, para poder reparar que mesmo escondido num criminoso existe um ser humano que se cometeu erros foi porque a sociedade o rejeitou. Olhando os peixes dei-me conta que dormem, brincam, reproduzem-se, não têm horários a cumprir e o dono tudo resolve mudando a água, dando vitaminas, comida….Poder-se-á dizer que têm uma vida monótona, sem sentido e que se calhar o constante abrir de boca e o olhar parado serão sinal de aborrecimento mas confesso que às vezes invejo-os. Invejo a sua paz espiritual, a insignificância das suas vidas, a ausência de preocupações. Por isso olhando para eles penso às vezes:”Eu queria ser peixe”
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