quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Sabor a Amor


Confesso que amar é sofrer, mas acredito que é sofrer com prazer. Aqui sentado, sozinho, imerso na escuridão nunca tal afirmação fez tanto sentido porque se é verdade que quando estou perto de ti a dor parece diminuir logo vejo o quão efémero é esse momento pois logo chega a hora de partir e dos breves momentos presentes se tornarem em longos momentos ausentes. Maldito relógio que acelera quando estás ao meu lado e para me enlouquecer abranda quando estás longe. Se eu pudesse pararia o tempo e do teu pé nunca mais sairia. Maximizaria tudo aquilo que em ti me faz feliz, mergulharia nos teus lábios com volúpia e exploraria a frescura dos teus beijos que tal como uma manhã de primavera, nos faz despertar para a vida.
Os teus beijos... Ai os teus beijos, como é bom recordá-los...por vezes ardendo em desejo, por vezes tristes na despedida mas sempre com o mesmo sabor, o sabor a Amor. Efectivamente não sabem a morango ou framboesa (confesso que às vezes sabem a melão) mas sabem sempre a Amor, o melhor de todos os sabores e são sempre frescos e puros como a neve que ajudam a amainar o calor que consome o meu coração. Capturo cada beijo que me dás na triste ânsia de ganhar forças para suportar a tua ausência mas infelizmente a saudade tudo sufoca e rapidamente mergulho no desespero da espera pelo momento de voltar a colar os meus lábios aos teus. Tive vontade ontem, tive hoje, tenho agora e tu aqui não estás para a saciar. Sinto-me triste...Às vezes beijo-te com mais intensidade, com mais força, com mais carinho, mais rápido, mais devagar sempre procurando a fórmula secreta que para sempre e de forma permanente retenha o teu sabor, o teu toque nos meus lábios. Ainda não o consegui. Não sei se o faço bem, não sei se outros o fizeram melhor, não sei se te dou prazer, apenas sei que o faço com verdade e repleto de sentimento na desesperante espera de, para sempre, cristalizar o teu sabor na minha boca. Pedi à minha mente para procurar nos baús da memória qual fora o beijo que mais te eternizara em mim e ela não me soube dizer. Teria sido o primeiro pelo facto de, nervosos, termo-nos deixado cair em tentação e de forma extenuante teres me electrificado com a frescura dos teus húmidos lábios? Teria sido aquele de consolo que me deste quando tudo parecia ruir no meu corpo pouco colaborante? Seriam aqueles carregados de paixão e desejo que culminavam em espasmos orgásmicos? Ou teriam sido aqueles de despedida que, por entre lágrimas, me preenchiam de saudade ainda tu não tinhas partido? Confesso que não sei. Todos diferentes... Todos importantes! Sinto-me triste porque tu, meu amor, não estás aqui e eu não posso tentar mais uma vez sentir o sabor do amor que os teus lábios carregam e amainar a tempestade que assola o meu coração. Sinto-me triste porque tu nem sempre foste minha. Sinto-me triste porque os teus beijos pejados de amor nem sempre foram para mim. Sinto-me triste por a vida nos pregar partidas...enfim...sinto-me triste porque tu nem sempre foste minha.

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